HEPATITE PÓS INFECÇÃO PELO VÍRUS EPSTEIN BARR – MONONUCLEOSE

INTRODUÇÃO: A infecção pelo vírus Epstein Barr (VEB) é muito comum, estimando -se que mais de 90 da população tenha sido infectada. É um vírus do grupo herpes, transmitido essencialmente através das secreções orofaríngeas. Apesar da evolução geralmente benigna podem surgir complicações agudas graves, nomeadamente a insuficiência hepática, rotura esplénica, obstrução das vias aéreas e síndrome hematofagocítico.
RELATO DO CASO: Paciente, M.H.S.A., Feminino de 09 anos e 09 meses, deu entrada no PS, trazido pela mãe, aonde relata quadro de febre, inapetência e cefaleia associado a dor abdominal com início há 7 dias. Refere uso de amoxilina com clavulanato 15 ml VO devido quadro de Amigdalite prévia, e ao findar tratamento proposto, mãe descreve icterícia cutânea e de escleróticas. Nega diarreia, disúria, viagem, alimentação fora do habitual e ou demais queixas.
O diagnóstico de infecção pelo VEB foi confirmado pela presença de marcadores sorológicos e Exames auxiliares de Transaminases elevadas, foram compativeis com Hepatite Viral Aguda.
DISCUSSÃO: O envolvimento hepático traduz -se pela elevação leve e auto -limitada das transaminases e são raros os casos descritos de hepatite por VEB histologicamente comprovada. A colestase é comum mas o seu mecanismo é desconhecido, no entanto a hiperbilirrubinemia (com valores de bilirrubina superiores a 8mg/dl) ocorre em menos de 3 dos doentes.
CONCLUSÃO: Na infecção pelo VEB a lesão hepática, apesar de frequente, é habitualmente insignificante, com aumento leve e auto -limitado das transaminases, sendo raros os casos de hepatite clinicamente relevante.